Assim como você pode conferir na imagem acima, a Brazuca é bem colorida, fazendo alusão às fitas da sorte do Senhor do Bonfim da Bahia — há também a intenção de simbolizar a alegria e paixão do futebol brasileiro. No entanto, você já parou para se perguntar qual é a tecnologia empregada na fabricação dessas bolas?
Pois acontece que a Adidas realmente se empenhou na fabricação da Brazuca, principalmente pelo fato de que a empresa levou em consideração as críticas feitas a Jabulani, bola usada em 2010. Na época, diversos jogadores afirmaram que a trajetória da “redonda” era imprevisível, de modo que a companhia investiu para que a Brazuca fosse um produto estável.
Vamos aos detalhes...
A maior diferença da Brazuca para as outras bolas de Copa do Mundo é o número de gomos utilizado: seis painéis em forma de hélices — bolas convencionais contam com 32. Além disso, esses “pedaços” foram unidos uns aos outros através de um processo que utiliza calor, dispensando o uso de linhas em costuras.A Brazuca ao lado de outras bolas da Adidas fabricadas para mundiais de futebol.
Além disso, o material utilizado na superfície do produto é novo e conta com mais protuberâncias. Assim como afirmam os estudos de Simon Choppin, da Universidade Sheffield Hallam (Inglaterra), essas características influenciam em algo bem importante para as bolas de futebol, a rugosidade — algo que pode ser explicado brevemente como a habilidade de “agitar” o ar.
Algo que gera estabilidade
Quando uma bola tem um grau de rugosidade baixo, ela sofre de algo que é chamado de knuckling effect. Esse efeito consiste no desvio da trajetória da bola por conta da resistência do vento quando ela atinge uma certa velocidade — e foi exatamente essa característica que gerou tantas críticas à famosa Jabulani, já que ela era "desviada" da sua trajetória inicial.Jogadores com a Brazuca no dia do seu lançamento.
De acordo com as afirmações de Rabi Mehta, da NASA, a Brazuca deve começar a encarar esse problema a 48 km/h, comportamento parecido com o de bolas com 32 gomos. Além disso, a rugosidade também permite que as bolas sejam chutadas de distâncias maiores, o que possibilitaria uma quantidade maior de jogadas de fora da grande área, por exemplo.
O caso contrário...
Enquanto uma bola com baixa rugosidade gera o knuckling effect, uma com rugosidade alta vai trabalhar com o que é chamado de Efeito Magnus. Mehta explica que isso acontece quando as “redondas” apresentam um movimento de rotação, gerando uma trajetória curva ao viajar em diferentes velocidades e encarar pressões variadas.Por fim, sabe-se também que a Brazuca é revestida com poliuretano, material artificial e que torna a bola impermeável. Com isso, em caso de chuvas, a massa do produto não muda e os jogadores podem continuar a chutar e a pensar nos efeitos que devem ser feitos da mesma maneira feita em dias quentes ou apenas sem precipitações.
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